sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O rei


Em um dia qualquer, um rei muito próspero estava olhando na varanda de seu castelo e admirando a imensidão de seu reino. De repente ele tem um sentimento que o incomoda, mas ele não sabe explicar.
Um dos seus conselheiros mais antigos e confiáveis se aproxima e pergunta - O que te incomoda, meu senhor ?
- Não sei. - disse o rei.
- Teu semblante está uma lástima, rei.
O rei ficou mais incomodado com o comentário do conselheiro e lhe pergunta. - Por acaso minhas terras não são as mais férteis desse continente ? As mulheres não são as mais belas ? Tudo que faço prospera, mas ainda sim algo me incomoda.
- Meu rei, és um dos mais vitoriosos nas batalhas e ainda sim suas poucas derrotas o incomodam tanto ?
- Suponho que sim - suspirou profundamente o rei. - Eu peço um favor, conselheiro.
- Com todo prazer eu o faria, meu senhor - Disse o conselheiro, se curvando suavemente.
O altivo rei se virou para a varanda novamente e pensou por algum tempo. Se virou para o conselheiro, tirando um anel de um de seus dedos e disse. - Eu estava pensando nas minhas derrotas, não só no campo de batalha, mas em minha vida em geral e isso amargura meu coração grandemente. Por outro lado, quando lembro das minhas vitórias e conquistas, fico feliz chegando quase à arrogância. Eu te peço que grave uma frase nesse anel que te entrego. Quero que esta frase me alegre nos momentos de amargura e que ponha em devido lugar a arrongância nos momentos de triunfo. Não se preocupe com o tempo, mas peço que não demore demasiadamente.
O conselheiro tomou o anel da mão do rei, o reverenciou e saiu já pensando em como resolver sua empreitada.
Dias depois o rei continuava em sua varanda, admirando a paisagem, quando de repente volta o conselheiro com o anel dentro de uma caixa envolta em camurça.
- Meu rei, suponho que tenha conseguido terminar a tarefa que me deu, mas te peço que só leia a frase quando eu me ausentar.
- Pois bem, fiel servo, está dispensado das tarefas. - disse o rei.
- Muito obrigado, - disse o conselheiro se curvando - espero que seja útil.
Voltando-se para a janela e ponderando se deveria abrir a caixa naquele momento, o rei é tomado pela curiosidade e abre a caixa. Tomou o anel em suas mãos e um sorriso no canto da boca ornamentou sua face.
Na parte interna do anel estava escrito "Nada dura pra sempre".

Só mais um segundo.


Se eu fosse mais jovem, aprenderia a fazer as coisas direito. E faria.
Se eu fosse mais jovem, amaria muito. Sem arrependimentos. Sem talvez, porques, ou entretantos.
Talvez, se eu fosse jovem, eu teria pintado meu cabelo enquanto eu ainda tinha, mais roupas malucas.
Talvez, sentisse menos medo do futuro atrás da porta,
Menos medo dos fantasmas do passado debaixo da cama. Se eu fosse mais jovem, não carregaria tanto o peso da vida em minhas costas, para não causar futuras artrites.
Não enterraria meus sonhos no subsolo. Não deixaria que passassem em branco as minhas estações,nem que passassem com tanta seriedade as minhas frustrações.
Se eu fosse mais jovem, quebraria todos os meus relógios, para não me lembrar segundo a segundo que o tempo estava a passar. Aliás, daria as costas para o tempo de vez.
Se eu fosse jovem, não me preocuparia tanto com as rugas, não me preocuparia tanto com todos, nem tanto com tudo.
Se eu tivesse um dia mais jovem, jogaria no lixo todas as minhas toneladas de indagações, deixaria de lado as minhas depressões, as minhas falsas animações.
E correria mundo, me desfaria em cores, me enlouqueceria, morreria a todo instante de amores.
Se eu fosse mais jovem, seria mais eu.
Se eu fosse mais jovem... Sempre mais jovem.
Ah, se eu fosse um segundo perdido no tempo mais jovem...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Rótulos são para geléias.


Eu cansei dos rótulos. De verdade !
Quando eu era adolescente e comecei a escutar rock, minha cabeça era mó fechada. Eu só via um jeito de fazer as coisas.
Agora eu tô bem mais velho e descobri um zilhão de coisas novas e fiz coisas que eu não faria antes.
Eu descobri que eu não preciso encher o rabo de drogas pra ser roqueiro de verdade. Eu descobri que não preciso usar preto sempre pra ser considerado o malzão da tchurma. Eu percebi que ser o malzão as vezes é chato pacas.
Não preciso pegar todas as menininhas pra ser popular. Não preciso ter cabelo grande pra ser metaleiro. EEEEEEEEEEEEEE
Eu nem preciso escutar só rock. O Brasil é um país tão rico musicalmente. (tirando a porcaria do funk, é claro)
Eu posso falar de amor, sem ser emo.
Depois de um tempo eu percebi que o mais legal da vida é fazer o que der na telha sem se preocupar com os rótulos. Eu sou eu mesmo e pronto.

P.S: Eu faço o que dá na telha, quando eu não esqueço antes.

Será ?


Sempre aconteceram coisas meio que estranhas na minha vida, diria eu. Coisas que algumas pessoas não acreditam e outras coisas que nem eu sei se aconteceram de verdade.
Um amigo meu comentou comigo que ele acredita que alguns animais como gato e cachorro, por exemplo, tem sexto sentido ou algo do tipo. Ele disse que esses animais tem uma conexão com o mundo espiritual e podem ver coisas que os olhos humanos não podem ver.
Eu falei pra ele que era tudo baboseira e mudei de assunto.
Quando eu voltava pra casa, de skate, aconteceu uma coisa meio bizarra. Um cachorro preto ficou me seguindo o caminho todo e ficava latindo pra mim, que é uma coisa bem normal. Eu percebi que o diabo do cachorro não tava latindo pra mim... Ele tava latindo pra uma pessoa que estava do meu lado. Aí que tava o problema. NÃO TINHA NINGUÉM NA RUA !!
Ou eu tava vendo coisas, ou cachorro é vesgo.
Quando eu cheguei em casa o cachorro continuou latindo em direção a rua, depois eu olhou pra mim e correu.
Eu pensei se tava com encosto ou coisa do tipo ou se é tudo fruto da minha imaginação.
Não quero saber de fofocas !! Quem fez macumba pra mim, pode tirar !

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sexo frágil?


Sexo frágil?
Dizem que as mulheres são o sexo frágil. Isso é uma das maiores besteiras que eu já ouvi na vida.
As mulheres são os seres mais fortes em todos os sentidos da palavra.
Aguentam as dores do parto, as cólicas menstruais, as maratonas pra ficar bonitas pra nós homens (ou não).
Um dia eu fui ajudar minha irmã a limpar a casa e fiquei morrendo em 5 minutos, e minha irmã fazendo outras mil coisas ao mesmo tempo sem nem deixar uma gota de suor cair.
O homem pode ser sim a cabeça de um relacionamento, mas a mulher é o pescoço. O pescoço vira a cabeça pra onde ele quer, as mulheres sem fazem isso com os homens. Botam uma ideia na cabeça deles e ainda fazem o cara pensar que a ideia foi dele.
As mulheres tem que suportar uns idiotas mexendo com elas nas ruas, as provocações no trabalho, o salário menor. E tudo isso fazendo melhor que um homem, as vezes.
Cada hora (sem exagero) que elas demoram pra se arrumar compensa. Como elas conseguem ser tão cheirosas. Ai meu Deus !!
Sexo frágil, coisa nenhuma !
Mulheres, vocês são tudo de bom !

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

7 pássaros


Sete pássaros negros voando ao anoitecer.
Um para o pesar, outro para o prazer.
Um pássaro carrega seu pranto no ventre,
Pois noite não pode chorar pra sempre.

Um pássaro carrega a morte, que afaga.
Outro carrega a vida que embriaga.
O quarto traz o elixir e a loucura
O quinto trás a doença e a cura.

O sexto pássaro se livra da imundice,
A falta de crendice dos olhos vermelhos
Limpa-se na água turva em sangue.
Refletindo a dor do amante.

O sétimo pássaro negro, trás finalmente
Subindo a contra-corrente...
Trás a dor que faz tão bem ao homem.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Revista d'A Cúpula Tattoo




Esse post é pra ajudar a divulgar o trampo de um parceiro meu, Jefferson Bastos.
http://jbjeffersonbastos.blogspot.com/
http://acupulatattoo.com.br/


Fazia um tempo já que a gente estava tentado publicar essa revista, agora finalmente conseguimos.

A revista foi idealizada e editada por ele e eu revisei.
Pra melhor visualização clique no slide da revista.
Se der, mande pra seus amiguinhos !! (Y)
Valeu.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Palavra


Eu aprendi na faculdade que algumas coisas, inclusive sentimentos, só existem por que alguém inventou uma palavra. Eu achei isso meio estranho no começo , mas depois que o professor usou o exemplo da palavra "saudade" tudo começou a fluir melhor na minha cabeça. Pra quem não sabe a palavra "saudade" só existe em português. Em inglês existe a palavra "miss" (sentir falta) ou "homesick" (ficar triste por estar longe de casa), mas não existe nenhuma palavra que defina o sentimento saudade, a falta presente.
Depois disso um turbilhão de coisas inundou minha cabeça. Existe uma tonalidade de verde, que nós brasileiros chamamos de "verde-bandeira". Mas esse verde não existe em outros países, alguns países nem tem verde na bandeira. Existe também o caso do verbo "deletar" que criamos por que não existia um equivalente. E se parassem com a "coisificação" da vida ?
E se em algum momento do passado, alguém não tivesse criado a palavra "amor" ou "ódio" ?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O carequismo


Meu pai não me deixou muitas coisas, ele ainda tá vivo pra quem não conhece o velho. Umas das coisas que ele me deixou foi a calvice. QUE LEGAL !! (modo irônico: ligado)
De verdade, é uma bosta ser careca. Principalmente quando eu vou em shows de metal. Dá a maior raiva de ver um monte de gente cabeluda pra tudo que é canto. E o povo fica jogando o cabelo na minha cara. Tenho certeza que é de propósito.
Depois de um tempo, quando eu descobri que não ia poder fazer nada a respeito, (se eu tivesse dinheiro, eu faria um implante, mas não é o meu caso) eu comecei a aceitar um pouco mais o meu carequismo.
Pra falar a verdade, é até aerodinamicamente melhor andar de skate sem cabelo (sempre que puder usar uma palavra difícil, use) se eu não tivesse uma cabeça gigante, já seria de grande ajuda.
Mas a pior parte de ser careca, não é a falta de cabelo. A pior parte de ser careca é ser confundido com skinhead e ter que ouvir as mesmas piadinhas de bola de bilhar e desodorante roll-on.
=/

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Seu


Tão linda que encanta o próprio Deus
Queria tanto beijar os lábios seus
O melhor momento de toda minha vida
Foi quando te vi, minha querida

Perco todo o chão com seu olhar
O coração corre e o tempo vai devagar
É como entrar no fogo sem se arrepender
E essa dor é tudo que eu posso ter

A liberdade sem nenhum pudor
A brisa que livra do calor
Alegria da mais bela canção
O seu sorriso é a minha salvação

sábado, 6 de novembro de 2010

Coisas


As coisas simples são tão bonitas.
As crianças não vão muito com a minha cara, mas é tão bom escutar aquela risada gostosa de uma criança.
O céu à noite é tão lindo. Não sei por que o azul claro do dia não me atrai tanto. O vento de madrugada entrando nos poros é uma sensação maravilhosa.
O cheiro da comida em casa é reconfortante, até demais. Poder se deitar em uma cama quentinha depois de um dia cansativo, é uma das melhores coisas da vida.
Um abraço forte, sem malícia, dá uma sensação de segurança melhor que uma fortaleza.
Eu acho lindo o jeito que a àgua borbulha quando ferve. O som das rodinhas do skate no asfalto. A dor tão agradável de uma tatuagem.
Ter amigos por perto é sempre tão bom.
Eu sempre reservo uma parte do dia pra ficar observando as coisas, uma das minhas manias estranhas.
Outra mania estranha que eu tenho, é escrever pensando que alguma pessoa vai ter paciência de ler.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O andante


O andante perplexo, anexo ao Luar
Parado sozinho, sem nada a pensar.
Insólito frio o corta. Açoite.
Busca alívio na sombra da noite.
Uivos e latidos rompem o vazio.
Sente a tormenta, olhares sombrios.

Encontra a harmonia em sua fantasia.
O andante literato faz sua poesia.
Seu pé cansado, ensina e consola.
A dor que o acompanha é sua escola.
A Lua te afaga sem ter empecilho,
O Sol o seu brilho jamais te negou.
Porém, os ingratos, com ódio e guerra,
Tomaram-te a terra que Deus entregou.

Caminha, sem rumo, entre o sul e o norte.
Vive sem sorte, sem terra e sem lar.
Escreve seus sonhos, sozinho num canto.
Engole seu pranto, pra nunca chorar.
O pobre andante, no banco de réu,
Enquanto andava, olha pro céu.
E percebeu uma coisa enquanto andava:
"O andante percebeu que a Lua e um papel, era tudo que precisava !"

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Frio


Eu toco alguns instrumentos, mas nenhum deles com virtuosismo. Eu escrevo, mas meus textos não são cultos, nem vulgares. Não escrevo tão bem assim.
Meu inglês é equivalente ao de um adolescente num cursinho.
Nada que eu faço é algo pra ser lembrado, mas eu percebi uma coisa. Nas noites e tardes frias, quase todas meninas que eu conheço, sempre seguram minhas mãos.
Depois de vinte e poucos anos, eu descobri uma coisa que eu faço bem...
...Eu sou apenas um aquecedor de mãos.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Skaterapia !


Minha mãe odeia quando eu saio de casa e pego meu skate. Ela odeia tudo que eu faço, pra falar a verdade, mas ela pegou um ódio especial pelo meu skate.
Ela reclama tanto dos meus poucos machucados e poucas vezes que eu cheguei em casa mancando. Tudo isso por que ela não é ela que sente o vento batendo no rosto, o som lindo das rodinhas no asfalto, uma avenida toda pra ela a noite com a Lua abençoando sobre a cabeça. Ela nunca sentiu a adrenalina de descer uma ladeira, dividindo espaço com as motos e os carros. Nunca sentiu a satisfação de acertar uma manobra, depois de semanas de tentativas.
Nunca ouviu uma sinfonia de palavrões, que o horário nem me permite dizer, só por que tentou uma manobra na calçada alheia...
E a amizade? Todos os skatistas são irmãos, mesmo tendo se conhecido a 5 minutos. Quando dois skatistas se conhecem, parece que são amigos a anos. Sempre ensinando bases diferentes pra manobras que não conseguia antes, nem com a ajuda do diabo.
É muito difícil encontrar um skate 100% comprado em loja, algumas peças são passadas de gerações em gerações (é o meu caso). Todos se ajudando, mesmo que com coisas mínimas. Mas minha mãe nunca percebeu isso.
O skate me ensinou muito mais do que ela imagina. Sempre que eu começo a achar que estou ficando bom, quando começo a ousar de mais, quando o orgulho bate... o tombo vem e mostra que não é bem assim. Depois de levantar e ver se não quebrei nada, (no skate, é claro) é só levantar e continuar de onde parei.
Eu não ando de skate a tanto tempo assim, mas o pouco tempo que ando já me proporcionou grandes experiências de vida. Minha mãe reclama tanto do meu skate por que ela nunca sentiu nada disso. Se ela tivesse sentido alguma dessas coisas, eu tenho certeza que ela também seria skatista !!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Será que agora muda ?


Em ano de eleição no Brasil, você cidadão tem um comprimisso com a democracia. Seja alienado. Fique desinformado.
Eu gostaria de parabenizar cada um de vocês !
Cada um que se envolve em discussões inúteis e fúteis na internet. Cada um que acha que o centro do mundo é o jogo de futebol no domingo ou o baile funk "zica" do dia anterior.
Só com seu apoio, a sua ignorância, a sua indiferença, eles continuarão no poder. Roubando, trazendo prostitutas para os gabinetes, enfiando dólares nas cuécas, e atuando nas tribunas com a maior cara-de-pau do universo.
Se eu pudesse eu beijava a sua ignorância, e abraçava sua indiferença, que os coloca no poder.

Não aguento mais ter que suportar, por quatro anos, a roubalheira e falta de vergonha na cara de uns políticos, pela ignorância e preguiça de milhões de outras pessoas.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Respiro seu ar.


Tão linda quanto a Lua cheia. Seus olhos, me deixam vulnerável. Perco o olhar no teu decote.
Vislumbro tua pele pálida, macia, seda. Como página em branco, que anseia por profanas escritas. Corpo a espera de letras cravadas.
Desfilo todos os versos, com a ponta da língua. Fazendo da saliva e do teu suor, a mais forte tinta em suas curvas.
Coloco todas as minhas exclamações, em teu corpo desejado. Ávido em nos conjugar o mais louco dos nossos verbos. Verbos amar e se entregar.
Nas carícias dessas letras que nas coxas vou marcar.
Abre a porta desejando, que se entre pra ficar.
E minha boca em teu sexo, respirando o teu ar.
Do teu deleite, me alimento.
Novamente a versejar!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Neblina


O vento corre, sem rumo.
Lento, o destino carrega
Cores inversas, me aprumo.
O corte da faca cega

A noite escura procura
Andarilhos do antigo sereno.
O fogo queima e cura,
Através de seu olho pequeno

Meus sonhos cruéis,
Em minh'alma doente.
Suas mãos frias, fiés.
Saudades no presente.

Não sinto já, não penso,
Paro na luz, suspenso
Num perverso esvaimento.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Vento


Eu sinto o vento soprando em meus ouvidos, dizendo que a vida seria um total desperdício se tivesse algum sentido. Percebo a falta que os momentos ruins fazem, sem eles os momentos felizes não seriam tão felizes assim. Eu descobri que a dor ensina melhor do que qualquer outra coisa. Se seu pensamento diz o contrário da sua boca, você não está no caminho certo !
A mente vele muito mais que o corpo, descobri isso a duras penas. Com o passado junto invertido. Ao contrário do que você pensa, a vida não foi feita para a felicidade de todos. Deus é meu humorista favorito. Tudo isso foi o que o Vento me disse outro dia.

sábado, 21 de agosto de 2010


Preciso desaparecer, pra só assim me encontrar.
Preciso espairecer, pra assim me acalmar.
Preciso ficar só, pra depois me relacionar.
Preciso todos os dias te perder, pra todos os dias te achar.
Preciso ficar em silêncio, pra conseguir ouvir tudo com clareza.
Depois preciso ouvir tua voz, pra ver a sua beleza.
Preciso parar de pensar em você, pra lembrar de respirar.
E em todas as vezes que penso em você, preciso suspirar.

Simplificando, preciso de você.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Saudade


Quase nunca eu lembro dos meus sonhos, mas o sonho dessa noite eu lembrei.
Eu estava caminhando de madrugada, não tinha ninguém nas ruas. Depois de um certo tempo eu resolvi sentar no banco de uma praça e uma menina vestida de branco sentou ao meu lado. A menina parecia muito tímida e ficou corada quando eu perguntei o seu nome. Alguns segundos se passaram e ela disse que seu nome era Morte e vinha me buscar.
Eu fiquei perplexo com o que ela disse, e perguntei se era brincadeira, a menina deu um sorriso e disse que não. Ela me olhou séria e disse que antes de me levar, eu poderia deixar alguma coisa pra alguns dos meus amigos. Fiquei pensantivo, levantei e continuei andando de cabeça baixa. Quando dei por mim, lá estava ela ao meu lado novamente. Onde quer que eu fosse ela me seguia.
Eu fui pra casa com ela ao meu lado, e juntei as coisas que eu julgava mais importantes. Peguei meu violão, minha guitarra, minhas palhetas e meus textos. Deixei cada um dos objetos na porta dos meus 4 amigos mais importantes, junto com uma rosa e um bilhete escrito "Ainda não é tarde demais pra rosas". Quando saí da casa do último, a menina me disse que já era hora, e tocou sutilmente do meu ombro. Eu abri os olhos, estava em um corredor vazio, com uma porta ao fundo. A menina não estava mais ao meu lado. Andei pelo corredor até chegar na porta. Uma sensação tomava conta de mim.
Abri a porta devagar. Uma luz bem forte tomou conta do lugar, eu fechei os olhos até me acostumar com o ambiente. Quando dei por mim, tinha alguém esperando por mim. Ele se levantou, e não acreditei no que estava vendo, era o Walys me esperando. Ele me abraçou bem forte e disse "Até que enfim você chegou, tava cansado de esperar já! Vem, que eu vou te mostrar como é aqui desse lado!".

segunda-feira, 28 de junho de 2010

?¿


E se igrejas não se tornassem negócios? E se a vida não fosse vista como um placar? E se os homens que ficassem grávidos? E se os brancos que sofressem de racismo? E se o diferente fosse ser hétero? E se o Harry Potter fosse pra Sonserina? E se os funkeiros não fossem analfabetos? E se o governo se importasse com o povo? E se não tivesse secas no nordeste? E se as crianças não pensassem em sexo tão cedo? E se as pessoas tivessem amigos não só em redes sociais? E se Deus realmente existisse? E se não existisse internet? E se o cérebro fosse mais importante que a beleza? E se o dinheiro não comprasse pessoas? E se as pessoas se interessassem mais por política do que por futebol? E se o Mc Donald's fosse vegetariano? E se os Estados Unidos fosse um país sub-desenvolvido? E se brasileiros soubessem falar português? E se Cristo tivesse nascido em 1989? E se os alemães tivessem vencido a 2º Guerra Mundial? E se Cabral não tivesse descoberto o Brasil? E se eu pudesse voltar no tempo? E se? E se? E se eu parasse de pensar besteira e tentasse dormir um pouco ?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

100 % de nada


De uns tempo pra cá, bastante gente vem me perguntando se eu virei ateu, satanista ou coisa do gênero. A resposta é não.
Eu só estou meio que de saco cheio de pessoas que não tem coragem de arriscar e assumir os próprios erros. Gente que bota a responsabilidade dos fatos em Deus ou no Diabo.
Dois exemplos simples que aconteceram a pouco tempo explicam muito bem o que eu quero dizer. Uma conhecida minha disse uma vez que o namorado dela só podia ter sido enviado pelo "Cão" pra infernizar a vida dela. Não, minha querida, o Diabo não tem nada a ver com seu namorado, foi só você que escolheu namorar um idiota possessivo.
Duas vizinhas minhas, conversando na rua em alto e bom som, quando de repente uma delas me solta a pérola: " Ô cumadi, meu fiu tá lá em casa iscuitano os funkinho dele, maisi meu Deuso vai arrumá um sirviço pra ele". Negativo, minha senhora, se seu filho não estudar e procurar um emprego, não vai ser Deus que vai fazer alguma coisa. Eu nunca soube que Deus tinha uma agência de empregos.
Esses programas ridículos que passam de madrugada na TV me enojam. Eu parei cinco minutos num programa desses e só vi presepadas e um bando de gente cínica zombando da fé dos outros. O Bispo Pastor Ministro Apóstolo Patriarca sei lá o que, pedia pro povo reservar um copo com água e colocasse em cima do televisor e depositar na conta da igreja uma "quantia simbólica" pra sessão de milagres começar. O dinheiro eu sei pra que eles usam, mas até agora eu não vi utilidade pro copo com água. Misericórdia dessas pessoas.

Não é que eu não acredite em nada, eu só não acredito em tudo. Minha religião sou eu mesmo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Duckpedia


Eu estava sem sono uma madrugada dessas, e fiquei passeando pelos canais procurando alguma coisa interessante. No Discovery Channel estava passando um documentário sobre culturas antigas. Esse documentário me incentivou a me informar sobre um povo primitivo que me intrigava a muito tempo. Os funkeiros.
Eles eram nativos da periferia carioca, mas se reproduziram de forma rápida e logo se espalharam pelo Brasil.
Depois de observá-los por algum tempo, eu percebi que os grunhidos que eles reproduziam, formavam palavras e as vezes até frases com pouco sentido. Após algumas semanas de observação, eu desenvolvi um curto glossário do dialeto desse povo primitivo.
Pentada violenta - Ato de bater violentamente com um pente.
Tá tirando a favela? - Mudar de local as moradias da periferia.
Perdeu playboy! - Geralmente, adolescentes que esquecem a localização de suas revistas de teor erótico.
Zica do baile - Festa popular desprovida de sorte.
Estorei no norte! - Individuo que utiliza substâncias inflamáveis/explosivas na região oposta ao Sul.


Peço perdão por meu glossário ser tão curto. Espero um dia conseguir catalogar todo o dialeto desse povo remoto e primitivo. Se eu conseguir algum progresso no catálogo, logo vocês saberão!
Bem, agradeço a paciência e espero que meus estudos sejam de alguma valia.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Era só cereal !


Diz uma lenda irlandesa, que a pessoa que conseguir chegar ao fim de um arco-íris, recebe como prêmio um pote cheio de ouro.
O ouro não significa apenas riqueza material, são os nossos desejos e realizações. A maioria das pessoas passam praticamente a vida inteira correndo atrás do arco-íris na tentativa de realizar seus desejos e aliviar os conflitos interiores. O pote de ouro representa um amor não conquistado, uma promoção no trabalho, uma motivação pra viver ou até mesmo a tão perseguida felicidade.
Em grande parte os desejos são superestimados, não levando em consideração os fatores ao redor. Quando estamos apaixonados, por exemplo, costumamos pensar que a pessoa é perfeita, e sempre a procuramos nos lugares mais longínquos. Esse é um erro grande e comum, geralmente o que procuramos está bem debaixo do nosso nariz, e só notamos depois de algum tempo ou quando perdemos.

Eu já achei o fim do meu arco-íris uma vez... E quando eu peguei o pote, eu vi que era só cereal !!!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cadê ?!?


Cérebro você ainda tá aí? Alguma coisa pra dizer? Dá um sinal de vida, por favor !
Pelo amor de Chuck Norris, onde minha criatividade se enfiou?
Eu não consigo escrever mais, estou desaprendendo a tocar, e nem grafiti eu consigo fazer mais ! Pera lá, cérebro, eu nunca fiz grafiti!
De qualquer maneira, meu desempenho intelectual está muito baixo, acho que até um funkeiro escreve melhor que eu... Tá bom, cérebro, eu peguei pesado ! Um macaco com alzheimer escreve melhor que um funkeiro!
Isso não é desculpa ! Eu preciso da minha criatividade de volta. Se alguém a ver por aí, me avisa pelo amor de Kratos!
Afinal, ficar feio e burro não dá.

domingo, 18 de abril de 2010

Eu sou


Tem gente que fala que eu sou inteligente.
Tem gente que fala que eu sou chato.
Tem gente que fala que eu sou deprimente.
Tem gente que fala que eu sou engraçado.
Já me perguntaram o que eu tinha na cabeça.
Já me chamaram de psicopata.
Quase ninguém me acha bonito.
A maioria pensa que eu sou retardado.
Tem gente que fala que eu sou efusivo.
Quase todos falam que eu sou esquisito.
Minha mãe fala que eu tenho que ir no psiquiatra.
Meu pai fala que eu sou maloqueiro.
Meus amigos me amam, e eu os amo também.

Não sou nada escrito acima, e sou tudo ao mesmo tempo. Até hoje não sei quem sou.
Não sou ninguém interessante. Meu nome é Luiz Fernando e sou um cara meio complexado.
Só isso.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Quando o Sol se pôr.


Lá fora a chuva cai, com seu ruido interminável que não começa e nem termina, apenas continua, sem fim. E ao mesmo tempo, em contraponto, o silêncio é quase palpável.
Eu agradeço a Sagrada Noite Escura, que me acolhe e a linda Senhora Lua, com sua luz pálida que torna tudo mais belo.
A beleza e a volúpia da Noite, trazem consigo minha insônia e meus pensamentos mais válidos, onde o hiato criativo termina e meus olhos enxergam dentro de mim mesmo.
Quando o Rei Sol se recolhe e leva junto o seu calor, a brisa espectral que a Mãe Escura carrega, transforma tudo em novo, até as formas mais simples ganham uma aparência sombria mais atraente.

Meu dia começa quando o Sol se põe.

sexta-feira, 5 de março de 2010


Tive um sonho esta noite, um sonho incomum...
Eu presenciava um rapaz distante da realidade, em meio a seus devaneios sob a luz do luar. Entre cedros, pinheiros e carvalhos ele caminhava procurando algo, procurava a resposta de uma pergunta que ele ainda não descobrira.
O silêncio e o sereno da madrugada eram quebrados apenas por seus passos e o farfalhar das folhas. O rapaz mantinha o olhar no infinito e murmurava constantemente. Eu reconhecia algo familiar em seus traços, mas não pudia dizer quem ele era.
Eu me apressei para tentar acompanhá-lo, que por incrível que parece não me notara. Eu me aproximei e o ouvi dizendo algo.
- Será que vale a pena lutar por um sonho só meu? Será que servi para alguma coisa até aqui? Será que vou morrer em vão? - E de repente ele correu e saltou para um precipicio.
Eu corri desesperadamente em direção ao abismo. Quando olhei para baixo, lá estava ele ao lado de seus medos e inseguranças, apostas e incertezas, todos eles personificados. Nenhum deles o dominava, todos apenas o cobriam, mas ele continuava caminhando procurando a resposta da pergunta que ainda não descobrira.

Essa noite eu tive um sonho incomum... e neste sonho eu presenciava meus próprios devaneios.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sem meus amigos, eu nada seria!


Uma dor de dente, pode ser curada com algum anestésico, um corte na pele pode ser cicatrizado, praticamente todas as feridas físicas são suportáveis. Mas e as cicatrizes da alma? E as feridas do coração?
Um sonho despedaçado, o perdão que nunca foi pedido, a ofensa que rasga a alma. É difícil fugir do lugar que deveria ser meu abrigo, é difícil ter que respirar fundo toda vez que abro a porta de casa. Assim como Atlas eu sinto o peso do mundo nas costas cada vez que meus pais me olham com repulsa, sinto o fogo do Hades me consumindo quando meus irmãos me repudiam.
Só duas coisas me aliviam. Só duas coisas me completam. Meus textos e meus amigos. Se eu não os tivesse o que seria de mim? Penso até se conseguiria suportar.
Não tenho posse nenhuma, nem ouro, nem prata, nem sangue. Só tenho meus amigos.... Por que sem meus amigos eu nada seria.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sem nenhuma estratégia....


Diversas vezes eu me pego pensando por que quando as coisas planejadas dão tão erradas e as coisas expontâneas dão certo. De uns tempo pra cá eu descobri algumas coisas e percebi outras. Eu descobri que tudo que acontece, tem que acontecer de uma forma ou de outra e percebi que as coisas aconteceriam exatamente da mesma forma se fossem planejadas ou não.
Eu aprendi que em todos os aspectos a vida não é uma matéria exata, portanto não existe fórmula para coisa alguma. Temos apenas o controle do nosso próximo passo, após isso tudo foge do alcance de nossas mãos.
Os fatos não-expontâneos são em sua grande maioria frustrados pois dificilmente lembramos que um ônibus pode quebrar e que de repente pode chover, geralmente só planejamos a parte que nos cabe e esquecemos que não somos os únicos no mundo e catastrófes acontecem.
Um dia na minha casa eu vi uma coisa muito simples, mas me ensinou uma coisa muito importante. Enquanto minha mãe regava o jardim, meu sobrinho corria atrás de uma borboleta que tinha entrado em casa, a borboleta fugia no meu sobrinho incansável e quando eu dei por mim ela tinha pousado no ombro da minha mãe. Nesse momento eu percebi uma coisa de muita valia: O segredo não é correr atrás da borboleta... O segredo é cuidar do seu jardim.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A velhice continua


Sou um velho de 87 anos preso num corpo de 20. Pode não ser de forma literal, mas minha velhice precoce me traz problemas. Tenho alzheimer, quando estou tocando sou capaz de esquecer que estou com a palheta na boca e se eu não anotar, eu não lembro de nada que ia pesquisar no google e no wikipedia. Também tenho parkinson, minhas mãos tremem tanto que as vezes até mesmo eu fico com raiva. Eu tenho manias de velho de também, eu não gosto de lugar lotado, dessas adolescentes fogueteiras, eu gosto de ficar em casa, gosto de música clássica, gosto de ler e gosto de história, não gosto de ficar sozinho e me apego fácil a que está perto de mim.
Minha velhice precoce me envenena. A unica vantagem de ser um velho de 87 anos num corpo de 20 é que eu não preciso da pílula azul. =]