sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O rei


Em um dia qualquer, um rei muito próspero estava olhando na varanda de seu castelo e admirando a imensidão de seu reino. De repente ele tem um sentimento que o incomoda, mas ele não sabe explicar.
Um dos seus conselheiros mais antigos e confiáveis se aproxima e pergunta - O que te incomoda, meu senhor ?
- Não sei. - disse o rei.
- Teu semblante está uma lástima, rei.
O rei ficou mais incomodado com o comentário do conselheiro e lhe pergunta. - Por acaso minhas terras não são as mais férteis desse continente ? As mulheres não são as mais belas ? Tudo que faço prospera, mas ainda sim algo me incomoda.
- Meu rei, és um dos mais vitoriosos nas batalhas e ainda sim suas poucas derrotas o incomodam tanto ?
- Suponho que sim - suspirou profundamente o rei. - Eu peço um favor, conselheiro.
- Com todo prazer eu o faria, meu senhor - Disse o conselheiro, se curvando suavemente.
O altivo rei se virou para a varanda novamente e pensou por algum tempo. Se virou para o conselheiro, tirando um anel de um de seus dedos e disse. - Eu estava pensando nas minhas derrotas, não só no campo de batalha, mas em minha vida em geral e isso amargura meu coração grandemente. Por outro lado, quando lembro das minhas vitórias e conquistas, fico feliz chegando quase à arrogância. Eu te peço que grave uma frase nesse anel que te entrego. Quero que esta frase me alegre nos momentos de amargura e que ponha em devido lugar a arrongância nos momentos de triunfo. Não se preocupe com o tempo, mas peço que não demore demasiadamente.
O conselheiro tomou o anel da mão do rei, o reverenciou e saiu já pensando em como resolver sua empreitada.
Dias depois o rei continuava em sua varanda, admirando a paisagem, quando de repente volta o conselheiro com o anel dentro de uma caixa envolta em camurça.
- Meu rei, suponho que tenha conseguido terminar a tarefa que me deu, mas te peço que só leia a frase quando eu me ausentar.
- Pois bem, fiel servo, está dispensado das tarefas. - disse o rei.
- Muito obrigado, - disse o conselheiro se curvando - espero que seja útil.
Voltando-se para a janela e ponderando se deveria abrir a caixa naquele momento, o rei é tomado pela curiosidade e abre a caixa. Tomou o anel em suas mãos e um sorriso no canto da boca ornamentou sua face.
Na parte interna do anel estava escrito "Nada dura pra sempre".

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