sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Skaterapia !


Minha mãe odeia quando eu saio de casa e pego meu skate. Ela odeia tudo que eu faço, pra falar a verdade, mas ela pegou um ódio especial pelo meu skate.
Ela reclama tanto dos meus poucos machucados e poucas vezes que eu cheguei em casa mancando. Tudo isso por que ela não é ela que sente o vento batendo no rosto, o som lindo das rodinhas no asfalto, uma avenida toda pra ela a noite com a Lua abençoando sobre a cabeça. Ela nunca sentiu a adrenalina de descer uma ladeira, dividindo espaço com as motos e os carros. Nunca sentiu a satisfação de acertar uma manobra, depois de semanas de tentativas.
Nunca ouviu uma sinfonia de palavrões, que o horário nem me permite dizer, só por que tentou uma manobra na calçada alheia...
E a amizade? Todos os skatistas são irmãos, mesmo tendo se conhecido a 5 minutos. Quando dois skatistas se conhecem, parece que são amigos a anos. Sempre ensinando bases diferentes pra manobras que não conseguia antes, nem com a ajuda do diabo.
É muito difícil encontrar um skate 100% comprado em loja, algumas peças são passadas de gerações em gerações (é o meu caso). Todos se ajudando, mesmo que com coisas mínimas. Mas minha mãe nunca percebeu isso.
O skate me ensinou muito mais do que ela imagina. Sempre que eu começo a achar que estou ficando bom, quando começo a ousar de mais, quando o orgulho bate... o tombo vem e mostra que não é bem assim. Depois de levantar e ver se não quebrei nada, (no skate, é claro) é só levantar e continuar de onde parei.
Eu não ando de skate a tanto tempo assim, mas o pouco tempo que ando já me proporcionou grandes experiências de vida. Minha mãe reclama tanto do meu skate por que ela nunca sentiu nada disso. Se ela tivesse sentido alguma dessas coisas, eu tenho certeza que ela também seria skatista !!

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