segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Boracéia


Eu amanheci em Boracéia. A areia fina e branca afagava meus pés e só uma coisa vinha em meu pensamento. Todos os momentos que passamos juntos e todas as vezes que eu confessei coisas inconfessáveis pra você. Eu senti tanta falta do som que você faz quando eu te toco.
Mesmo com tantas pessoas ao meu redor, mesmo com uma paisagem linda à minha volta, só você me vinha à cabeça, só você que eu pensava.
Foi na distância, que você se fez mais prensente.
De todo coração, eu te amo muito... Meu violão.



P.S.: Nesse dia eu achei um celular ! kk'
=] (Y)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Coisas alheias.


Praticamente minha vida toda me chamaram de doido, maluco, psicopata ou coisa do gênero. No começo eu até achava engraçado, mas depois eu percebi que até tinha um fundo de verdade.
As coisas que eu mais gosto nem existem, pelo menos os físicos dizem que não.
Meus olhos se irritam com facilidade com luz intensa, por isso eu tive uma ligeira tendência ao escuro. Os físicos afirmam que é impossível calcular o escuro. Apenas é calculável a quantidade de luz em um ambiente. Portanto o escuro não existe.
A cor preta combina com qualquer outra cor. O preto é discreto e agressivo ao mesmo tempo. Os físicos comprovam que o preto não é uma cor e sim a ausência de todas as cores. Portanto o preto também não existe.
O calor é uma coisa desagradável, deixa minha face toda escalpelada. Tira a disposição do corpo, faz suar. Simplesmente um inferno na terra. Advinha o que os físicos dizem? Acertou se pensou que o frio também não existe. Todo corpo recebe ou produz calor, o corpo pode perder calor, mas ganhar frio é impossível.
Eu acho que sou meio doido mesmo. Eu só gosto de coisas que não existem. Talvez seja por isso que eu não paro com ninguém. Acho que eu tô procurando uma pessoa que não existe.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Eu queria.

Os dias estão ficando mais quentes, coisa que eu sempre odiei. Os invernos, a melhor parte do ano, estão parecendo os tórridos verões. Eu esperava tanto pelas festas de fim de ano, agora é a parte mais chata do ano que passa.
Todas as coisas que me atraiam, eu me entragava de corpo e alma. Agora tudo me deixa temeroso, não consigo me entregar a quase mais nada.
Minha insônia era tão agradável, a noite tão bonita. Mesmo com a Lua me afagando todas as noites, minha insônia me incomoda agora.
Meu coração bate forte ainda, quero que as coisas deem certo, mas ao mesmo tempo as tribulações me fazem ficar com o pé atrás.
Antigamente eu tinha fé em todas as coisas, hoje eu praticamente não acredito em quase nada.
Não sei se me tornei insensível, sei que procuro uma coisa nova pra me preencher.
Queria acreditar de novo nas coisas.
Houve um tempo que eu acreditava em presentes de natal.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O tempo.


O velho acorda, com seu corpo dolorido e trêmulo. O seu olhar cansado vasculha o local desconhecido. O quarto era simples, com carência de móveis. A pintura era rústica e falhada. Alguns azulejos, que um dia foram brancos, estavam caídos.
O ambiente não tinha nada de acolhedor, muito menos familiar. Era frio e inquietante.
O velho homem tenta levantar. com dificuldade, para livrar-se da boca seca.
A dor no corpo e a sede repentina não o incomoda tanto quanto sua falta de memória. Caminhou lentamente nos corredores, cruzava com outros velhos a beira da morte, como ele, mas não reconhecia nenhum rosto.
Depois da sofrida caminhada, avistou um bebedouro e aliviou-se da sede que o afligia. Notou que uma enfermeira transitava pelo recinto. Percebeu que estava em um asilo, se é que poderia ser chamado assim aquele lugar. O velho resolveu conversar com a enfermeira, no intuito de recuperar ao menos um fio de memória.
- Ei moça, alguém veio me visitar ?
- Não, ninguém vem te visitar a séculos - Respondeu ríspida, a enfermeira - A propósito, volte já para seu quarto.
O velho distraído com os desenho que a pintura falhada formava, praticamente se esqueceu da pergunta que acabara de fazer.
- Tudo bem. - Respondeu, simplesmente o velho.
Voltando lentamente para o quarto, notou que sobre o criado-mudo ao lado de sua cama jazia uma prancheta com uma ficha anexa.
O velho terminou de ler a ficha e subitamente olhou para sua mão esquerda, trêmula. Notou que não tinha nenhuma aliança ou uma marca que a jóia supostamente deixaria. Percebeu que nunca foi casado e estava sozinho até aquele momento de sua vida.

Na prancheta dizia:
NOME: Luiz Fernando de Souza Costa
IDADE: 80 anos
FAMILIARES: Nada consta
CÔNJUGE: Nada consta

Um aperto súbito no coração. Largou a prancheta em sua cama e caiu inerte.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Vida


As memórias sempre permancem, mesmo que as mãos do tempo tirem a juventude de nossos corpos e desaparecermos. A estrada que me leva através da vida me conduz na escuridão, mas finda na luz.
Eu ficarei desamparado, mas nunca olhei a vida como se fosse algo que se esvai. Sempre soube que um dia morrerei. Nunca tive medo e vergonha.
Em algum lugar por aí a vida é boa e as coisas são como devem ser.
Mesmo que não haja nada aqui para ser concedido.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Meus

Minhas músicas são bem melhores na minha cabeça. Minha vida é bem mais interessante nos meus sonhos. Meus textos são bem menos confusos nos rascunhos e meus amores são bem menos loucos no meu coração.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Paradoxo

Eu sou um discreto, extravagante.
Eu sou o passado presente.
O perdido no caminho vagante.
Eu sou a lágrima contente.

Eu sou a água que queima
A mágoa do amor
Eu sou o deserto que teima
Eu sou a vontade da dor.

A alma ferida e curada
Sou nada e sou tudo
A vida em forma desvairada
Sou a espada que corta o escudo

Sou os pés descalços com pouca bagagem
Sobre meus ombros fragéis carrego
Quase nunca me apego a um fato póstumo
Tudo que sou, um simples paradoxo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Amizade


O que podemos dizer sobre isso, o que é amizade pra você? Bom, será que temos amigos verdadeiros? Eu posso dizer que tenho! Dedico isso para meu amigo Fernando. Quantas coisas já passamos nas nossas vida mano? Tanto rejeição na família quanto popular? Quantas vezes queriam que fossemos iguais aos outros? Quantas vezes nos chamaram de maloqueiro? É que nem aquele ditado “Quem olha a aparência, não olha o coração”.
Bem meu amigo, não importa o que passamos desde nossas brigas até as nossas risadas, choros , conversas e desabafos. Você sempre será meu amigo, minha família. Não importa o que aconteça, nem que a gente passe sem se ver a vários dias ou meses, nunca mais esquecerei da sua amizade, porque eu sei por mais que estamos longe sempre vai ter alguém nos esperando em algum lugar. Pode ser até no outro lado do mundo e essas pessoas são os nossos amigos!
Abraços meu amigo, e se um dia eu partir, vou tá te esperando lá no outro lado hhehe ^^
Ass: Hernane Anjos Campos



P.S: Eu nunca posto textos de outras pessoas aqui no blog. Mas esse texto é especial, por que foi um grande amigo meu que escreveu.

Valeu Nane, tamo junto até o final.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Um pequeno pedaço do paraíso

Fade in

Cena 1
O livro se abre e a história começa a ser contada.

Cena 2
O luar sombrio afaga a cidade.
O jovem casal tem um noite especial, ao menos pensa assim o rapaz. Velas ornamentam a mesa e vinho acompanha o jantar romântico.
Findado o jantar, ele se ajoelha e oferece um anel com brilhante, prova de seu amor e um pedido de união.
A moça surpreendentemente cai na gargalhada. A reação inesperada da moça, provoca um ataque de tristeza, angustia e principalmente fúria no rapaz.
Ele tenta atacá-la, ela foge. Finalmente ele a agarra e a esfaqueia por volta de 50 vezes.

Cena 3
Uma placa de "Não perturbe" é pendurada na porta do quarto. Com o corpo inerte e sem vida, ele faz amor por um ultima vez, talvez. Ele traga um cigarro pra aliviar um pouco a tensão do momento.
Lentamente, ele degusta o coração de sua amada, na mesa que outrora fora servido o jantar. O corpo dela fica na cadeira a frente, como se participasse da refeição. Ele dança com o corpo frígido e flácido.
O corpo já em decomposição começa a se desmontar, ele pacientemente costura e a conserta.

Cena 4
O corpo, misteriosamente, recebe o toque de vida, uma vez mais. Facas e toda sorte de objetos cortantes são arremessados no apartamento.
A caçada se inicia.
Ele corre desesperado, procurando por algum abrigo, mas todos os estabecimentos estão fechados. Ele avista um cemitério e entra sem pensar. Para sua surpresa, ela já estava esperando por ele e antes que ele corra pra fora, ela arranca seu coração de maneira fria.
A sombra da morte o carrega pro inferno, junto com sua amada.

Cena 5
No inferno o jovem casal se encontra. Percebem os erros que ambos cometeram. Se perdoam e voltam pra terra.

Cena 6
Numa igreja, uma cerimônia comum está em andamento. O casal não vivente, adentra na igreja com motossera facas e subitamente rouba a vida de todas as pessoas no recinto. Incluse do padre que ministrava a missa.
Os dois se unem finalmente, segundo a lei dos vivos, o anel finalmente é posto do dedo de sua amada.

Cena 7
O casal putrefato sai da igreja e saboream um delicioso e suculento cérebro humano e permanecem juntos até o fim.

Cena 8
O livro se fecha, a história acaba.

FIM

Fade Out

sábado, 1 de janeiro de 2011

Trejeito

Tenho poemas tortos
Na verdade, quebra-cabeças
Minhas palavras tortas, pra olhos cegos
E corpo para arrepios.

Palavras estranhas, por ora com defeito
Estranho trejeito de frases de efeito
Um sorriso desprentensioso
Dezembro.

Fazer um poema é desmembrar a alma
Ensanguetar o papel sem tinta
Lembrar a dor macia de quem vive.
Eu escrevo palavras tortas
Palavras só minhas.

e pra quem for.