quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O andante


O andante perplexo, anexo ao Luar
Parado sozinho, sem nada a pensar.
Insólito frio o corta. Açoite.
Busca alívio na sombra da noite.
Uivos e latidos rompem o vazio.
Sente a tormenta, olhares sombrios.

Encontra a harmonia em sua fantasia.
O andante literato faz sua poesia.
Seu pé cansado, ensina e consola.
A dor que o acompanha é sua escola.
A Lua te afaga sem ter empecilho,
O Sol o seu brilho jamais te negou.
Porém, os ingratos, com ódio e guerra,
Tomaram-te a terra que Deus entregou.

Caminha, sem rumo, entre o sul e o norte.
Vive sem sorte, sem terra e sem lar.
Escreve seus sonhos, sozinho num canto.
Engole seu pranto, pra nunca chorar.
O pobre andante, no banco de réu,
Enquanto andava, olha pro céu.
E percebeu uma coisa enquanto andava:
"O andante percebeu que a Lua e um papel, era tudo que precisava !"

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Frio


Eu toco alguns instrumentos, mas nenhum deles com virtuosismo. Eu escrevo, mas meus textos não são cultos, nem vulgares. Não escrevo tão bem assim.
Meu inglês é equivalente ao de um adolescente num cursinho.
Nada que eu faço é algo pra ser lembrado, mas eu percebi uma coisa. Nas noites e tardes frias, quase todas meninas que eu conheço, sempre seguram minhas mãos.
Depois de vinte e poucos anos, eu descobri uma coisa que eu faço bem...
...Eu sou apenas um aquecedor de mãos.