Eu não estou
sozinho no meu quarto, sinto uma presença me observando. Eu tento virar a
cabeça pra tentar enxergar melhor quem me faz companhia, mas esse simples ato
requer muito esforço. Um esforço em vão, diga-se de passagem. O homem se
aproxima e sua respiração pesada toca minha pele frígida. Essa presença carrega
consigo uma aura negativa e mesmo sem fazer nada além de me observar, me deixa
apavorado. Meus olhos estão abertos, porém meu corpo não atende meu chamado. Meus
músculos se mantêm duros, como pedra. Imóveis. Seus olhos me consomem de uma
forma singular, parece que me deixa desnudo. Não me desnuda das roupas, mas sim
do meu corpo, parece que consegue enxergar minha alma.
Não consigo
afastá-lo de forma nenhuma, parece que meus dedos pesam toneladas.
A benção de
respirar não me é concedida nesse momento, quanto mais eu tento puxar o ar pra
dentro dos pulmões, mais entrecortado fica meu fôlego. Num momento de
desespero, tento gritar por minha mãe. Em minha mente, estou me esgoelando, mas
o grito é sufocado antes de chegar à garganta. De certa forma estou suspenso
entre o mundo dos sonhos e a realidade. Quisera eu acordar de uma vez! Por que
eu não consigo gritar? Por quê?
Subitamente
acordo. Com a garganta seca, levanto e vou lavar o rosto. Minha mãe me pergunta
por que eu estou com essa cara assustada e eu SEMPRE respondo que não é nada.
É a 5ª vez
consecutiva que acontece comigo essas semana. Eu sempre tive paralisia do sono,
mas isso tá me deixando preocupado. Essa semana eu fiquei com medo de dormir,
todos os dias.
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