sexta-feira, 5 de março de 2010


Tive um sonho esta noite, um sonho incomum...
Eu presenciava um rapaz distante da realidade, em meio a seus devaneios sob a luz do luar. Entre cedros, pinheiros e carvalhos ele caminhava procurando algo, procurava a resposta de uma pergunta que ele ainda não descobrira.
O silêncio e o sereno da madrugada eram quebrados apenas por seus passos e o farfalhar das folhas. O rapaz mantinha o olhar no infinito e murmurava constantemente. Eu reconhecia algo familiar em seus traços, mas não pudia dizer quem ele era.
Eu me apressei para tentar acompanhá-lo, que por incrível que parece não me notara. Eu me aproximei e o ouvi dizendo algo.
- Será que vale a pena lutar por um sonho só meu? Será que servi para alguma coisa até aqui? Será que vou morrer em vão? - E de repente ele correu e saltou para um precipicio.
Eu corri desesperadamente em direção ao abismo. Quando olhei para baixo, lá estava ele ao lado de seus medos e inseguranças, apostas e incertezas, todos eles personificados. Nenhum deles o dominava, todos apenas o cobriam, mas ele continuava caminhando procurando a resposta da pergunta que ainda não descobrira.

Essa noite eu tive um sonho incomum... e neste sonho eu presenciava meus próprios devaneios.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sem meus amigos, eu nada seria!


Uma dor de dente, pode ser curada com algum anestésico, um corte na pele pode ser cicatrizado, praticamente todas as feridas físicas são suportáveis. Mas e as cicatrizes da alma? E as feridas do coração?
Um sonho despedaçado, o perdão que nunca foi pedido, a ofensa que rasga a alma. É difícil fugir do lugar que deveria ser meu abrigo, é difícil ter que respirar fundo toda vez que abro a porta de casa. Assim como Atlas eu sinto o peso do mundo nas costas cada vez que meus pais me olham com repulsa, sinto o fogo do Hades me consumindo quando meus irmãos me repudiam.
Só duas coisas me aliviam. Só duas coisas me completam. Meus textos e meus amigos. Se eu não os tivesse o que seria de mim? Penso até se conseguiria suportar.
Não tenho posse nenhuma, nem ouro, nem prata, nem sangue. Só tenho meus amigos.... Por que sem meus amigos eu nada seria.