sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Bento


Um facho de luz o cadáver incendeia.
E o seu veneno não corre em minha veia.
Como o velho sábio bispo em seu canto devaneia.
A sua dor é só o começo da minha ceia.

(Julgado pelos erros seus, a mão do próprio deus vai)

No meio da batalha se precisa mais que sorte.
Nessa podridão eu ainda tento ser forte.
A agulha da minha bússola nunca apontou pro norte.
Talvez se eu for esperto eu até evito a morte.

(Queimar a casca do impuro. A cidade vazia cai.)

Essa bosta de vida me transformou num guerreiro.
A sede de sangue vem desde o primeiro.
Uma linhagem antiga, sou o décimo terceiro.
Tentando colocar ordem nessa merda de puteiro.

(A verdade faz uma visita, consome o parasita e sai.)

Na mente um pensamento inconstante.
Como um carro na ladeira, sem volante.
O fogo que queima tudo a todo instante.
Só tenho esse momento, sou Doravante.

(Se a batalha for vencida, a vida não importa mais.)


Os olhos ardem enquanto o enxofre te corrói.
A sombra do passado te destrói.
Sua alma queima por mais de treze sóis.
A falta de virtude o coloca em maus lençóis.





xDORAVANTEx

P.S: O texto é baseado no livro Bento, de André Vianco. O texto não cita nenhum Bento em específico, o número 13 é só um número que eu gosto.

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