O Rei Sol cravava suas garras poderosas nas costas do filho da Lua que rogava incessantemente pela proteção de sua mãe. Em busca de abrigo ele se movia pela sombras, correndo dos raios solares que o incomodavam. Ansioso e temeroso, ao mesmo tempo, pela chegada da Senhora Lua que o protegia, mas o transformava num monstro que ele abominava.
Ele fugia, sempre fugia. Evitava fazer amigos e relacionamentos, mas dessa vez era diferente, dessa vez tinha Agnes, sua amada. Ele em sã consciência, nunca faria mal à Agnes, mas o ser que tomava posse de ser corpo era incontrolável e a dor que ele trazia era grande demais pra continuar tirando os entes queridos de Luiz, o filho da Lua.
Ele amava a Lua, o seu brilho era hipnotizante, mas quando Ela estava em forma completa, derramava sob Luiz a sua maldição.
As duas amadas, ambas lindas. A Lua o encantava e Agnes era dona de seu coração e por ela ele fugiria mais uma vez. Pra protege-la, mesmo que não ela não se desse conta disso.
Ele iria encontrá-la uma vez mais, pra se despedir. Tocar a sua pele suave, tê-la nos braços por mais um instante e olhar nos olhos dela por um último segundo e dizer que sempre a amará.
Luiz, colheu 9 rosas vermelhas, a flor preferida de Agnes e fez uma décima flor de papel.
Os dois se encontraram, como haviam combinado. Ambos estavam em prantos. Os lábios se tocaram e antes de se despedir e entregou o buquê à Agnes e falou:
-Eu não tenho como medir o tamanho do sentimento que tenho por você, mas pra você ter uma ideia, eu vou te dar essas dez rosas. Meu amor por você vai acabar, quando a última flor morrer.
Ela o abraçou forte, porém uma coisa não esperada estava por acontecer. Luiz, tão ansioso por reencontrá-la uma vez mais, não estava prestando atenção no ciclo da Lua. Após o fim de tarde que eles encontraram, a Senhora Lua mostraria sua face por completo mais uma vez, derramando sua maldição sobre ele.
Luiz, quando se deu conta, tentou fugir, mas o transe já tomava conta de seu corpo. Agnes preocupada com a situação, ficou estática, não conseguia correr, mesmo com as advertências dele.
Já estava tomado, seus ossos já calcificando, tomando uma nova forma. Ele gritava de dor, por sentir sua pele rasgando e seu corpo espichando. O coração batia mais rápido e havia um turbilhão de pensamentos aleatórios em sua mente, sem conseguir controlar o que pensava. Quando sua mente se estabilizou, já não era mais Luiz.
Infelizmente, ele já tinha tomado a sua forma, o Licantropo.
Só tinha um pensamento: CARNE.
Somente isso vinha à cabeça.
O Rei Sol cravava suas garras poderosas nas costas do filho da Lua que rogava incessantemente pela proteção de sua mãe.
Luiz acordara distante de onde lembrava, sua memória parecia um livro em branco, não se recordara de nada. Notou que estava desnudo, suas roupas estavam estraçalhadas, como se tivessem sido moídas. Levantou, com o corpo dolorido e viu que suas mãos estavam ensanguentadas. Quando procurou por algum ferimento em seu corpo, viu que estava todo ensanguentado, mas não tinha ferimento algum.
Como se fosse um estalo, sua memória voltou. Mas ele desejava que não tivesse acontecido. Orava por tudo que conhecia, para que tudo tenha sido um pesadelo.
Procurou, mesmo querendo não achar.
Procurou em todos os lugares.
À alguns metros afastados de onde tinha acordado, ele encontrou um amontoado coberto por terra úmida, e algo que parecia sangue. As lágrimas banharam suas faces, mesmo não tendo certeza do que via.
Quando se achegou, percebeu que era mesmo sua Agnes que estava lá, desfigurada, esquartejada, coberta de sangue, porém continuava bela e pálida como sua outra amada, A Lua.
Ele praguejou com todas as forças, desejando que o destino tivesse sido inverso.
No fim, as lágrimas empapavam em seus olhos e lavavam o seu rosto cheio de sangue.
Ele olhou pra Lua, resmungando algo incompreensível.
Luiz olhou pro corpo inerte de Agnes e cortou a própria garganta. Sua vida não fazia mais sentido.
Talvez ele encontre Agnes do outro lado. Talvez.
2 comentários:
Eu gostei muito, e fiquei triste por Liuz. Espero que ele encontre Agnes!
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