sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O filho da Lua - Pt. III (Ana)



A única coisa que quebrava o breu daquele cômodo era a luzinha piscante do rádio-relógio que ficava em cima do criado-mudo. O quarto era carente de mobílias e tinha as janelas vedadas pra impedir a entrada de luminosidade. Ana dormia no canto do quarto, um instinto natural de evitar ainda mais a luz solar. Aos poucos foi se livrando dos bens do antigo dono. Praticamente tudo foi jogado fora, só restara um armário, pra guardar as roupas que ela ainda mantinha de seu passado que não gostava muito de recordar. Quase no mesmo instante que o Sol baixou no horizonte, ela abriu os olhos. A fome era devastadora, parecia que as paredes dos estômago iam começar a se consumir a qualquer momento. A necessidade de se alimentar era imensa.
Ana vestiu uma roupa, se maquiou e saiu. Essa era uma noite de caçada, assim como todas as outras.
Não era muito de falar, não precisava. Ela seduzia sem precisar proferir uma palavra, homens eram previsíveis demais pra perder tempo em conversas. Os olhos gatunos hipnotizavam. Os lábios vermelhos, literalmente tingidos de sangue eram um convite à imaginação maliciosa. Ela usava sempre preto, dizia que o preto era discreto e agressivo ao mesmo tempo, a cor era uma definição dela. Os cabelos negros como a noite escura faziam uma moldura perfeita pro rosto, que já era uma bela pintura. A sua pele era pálida, mas não morta, a tonalidade da pele era maravilhosa.
Festas, adorava festas. Não por sempre ter o que comemorar, mas por que em festas sempre tinha o tipo de gente preferido de gente. Jovens que acham que sabem de tudo se achavam melhores que todos, filhinhos de mamãe mimados que sempre tinham o que queriam. Essa era a presa preferida de Ana.
As roupas eram chamativas, sem serem vulgares, sensuais sem serem pornográficos. Nunca mostravam demais e sempre deixavam a imaginação alheia trabalhar. Ela adorava isso, os olhares. Alguns olhavam sem pudor, desejando o seu corpo de uma forma até descarada.
Um rapaz com cabeça raspada, desses típicos bad boys de balada falava alto, batendo no peito, contando vantagens aos amigos numa rodinha à beira de um bar. Se achava melhor, isso era claro. A conversa regada à bebidas, clássica na juventude. Ana já tinha escolhido sua vítima, mas não iria se manifestar, não ainda. Sentou-se numa mesa vaga ao lado dos rapazes, sentou-se sozinha e pediu apenas uma água.
A jugalar dele saltava enquanto ele esbravejava as histórias que tinha batido em vários moleques que olhavam feio nas baladas. Ana não prestava atenção na história, mas a veia saltada no pescoço daquele rapaz era excitante. Ela ouviu os comentários sórdidos sobre ela, mas fingia nem notar.
Ela direcionou o olhar pro seu escolhido, o contato visual é a única coisa que ela precisava pra laçar uma vítima e isso já tinha conseguido. Olhou no fundo dos olhos dele e levantou, sem dizer nada. Apenas seguiu seu caminho, tendo certeza que ele a seguiria. Beto, o rapaz de cabeça raspado levantou e ia caminhando em direção de Ana quando um dos amigos dele tentou pará-lo.
- Beto, onde você tá indo, mano? - Perguntou o amigo, segurando forte em seu braço.
- Não sei, velho, só sei que eu preciso ter aquela mulher. - Beto, estava com um tom de voz estranho, parecia hipnotizado.
Caminhou, sem saber onde estava indo, apenas seguia aquela mulher. Que corpo era aquele?
Ana estava esperando num canto afastado da praça, Beto caminhava acelerado, praticamente correndo. Quando ele chegou à encontro dela, tentou falar alguma coisa, mas algo semelhante a um soluço indecifrável saiu de sua boca. Estava mesmerizado.
- Oi... - Beto, tentando se aproximar.
- Cala a boca! - Ana respondeu ríspida.
Ela o agarrou e o jogou contra a parede antes mesmo que ele pudesse terminar a palavra que estava tentando dizer. Beto estava paralizado, mas estava se deixando levar, era diferente uma mulher com tanta atitude, e diga-se de passagem, que atitude!
Ana arranhava enquanto beijava e dava mordidas delicadas nos lábios. Beto estava praticamente em êxtase e sem nenhum pudor retribuia os afagos cheios de malícia. Ela parou de beijar e começou a acariciar o pescoço dele, leves lambidas e beijos suaves o deixavam ainda mais excitado quando de repente uma mordida mais forte o machucou.
- O que foi isso, sua vadia? - Dizia Beto enquanto a empurrava por reflexo.
- Fica quieto, eu gosto assim! - Ana mal terminava de falar e já estava grudado nele de novo.
Beto achava que tava começando a ficar estranho, mas aquela mulher o deixava à ponto de bala e não conseguia ir embora. Antes de conseguir ordenar novamente os pensamentos, sentiu uma pontada aguda no pescoço. O que aquela mulher estava fazendo? Que tipo de excentricidade era aquela? Tava bom, mas estava começando a incomodar. Ele tentava se desvencilhar dela, mas parecia que as suas forças estava sendo sugadas. Alguma coisa estava sendo sugada de fato, mas não era sua energia.
Aquele gosto meio salgado, meio amargo que lembrava gosto de ferrugem era maravilhoso. O líquido quente descendo em sua garganta era revigorante. Ela estava acalmando o seu estômago, logo não estaria mais ardendo de fome.
O corpo de Beto estava tremulando, a perda de sangue já tinha sido grande de mais. Ana não iria parar enquanto não sorvesse a última gota de seu corpo, nunca parava. Beto parou de tremer. Agora fazia parte das estatísticas dos jovens mortos nas noites paulistanas. Ela deixou o corpo inerte por alguns minutos enquanto iria procurar um jeito de eliminar os resíduos. Passou numa loja de conveniência e conseguiu alguns sacos de lixo, voltou até o corpo e com uma faca de caça que sempre guardava na bota esquartejou o defunto. As partes foram colocadas nos sacos de lixo. Cada saco foi despejado em uma lata de lixo diferente. A polícia teria, literalmente, um quebra-cabeças pra desvendar.
Não estava mais faminta, agora começaria a diversão.


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Eu mati.


Formiga é um tipo de inseto muito incômodo. E a família SHALLBURN tem uma técnica milenar de exterminar esse tipo de incômodo. Vovô SHALLBURN ensinou meu papaiSHALLBURN e como eu não tenho nenhum filhoSHALLBURN eu vou ensinar vocês.
Vocês vão precisar dos seguintes materiais/ingredientes: Sal, cachaça, um palito de dentes e uma pedra.
Formiga adora doces, todos sabemos e a primeira parte da armadilha começa com o sal (Vocês vão entender depois). Os apetrechos tem que estar na ordem correta, se não a armadilha não funcionará.
Coloquem na ordem: Um punhado de sal, uma poça de cachaça, o palito de dentes e no fim, mas não menos importante... A pedra.
Uma formiga qualquer vai estar indo pra casa de uma amiga, por que tá sem internet e precisa checar o facebook. Ela andando lépida, fagueira, serelepe, pimpona, quando de repente ela olha pro lado e observa que tem um montão de "açúcar" dando bobeira, na hora ela pensa "Meu deus do céu, olha o tanto de açúcar dando sopa, eu vou degustar tudo, hoje eu me acabo na glicose!", a formiga eufórica com tanto néctar dos deuses, nem vai perceber que se trata de sal, até consumir tudo. Quando ela terminar de degustar, já vai ser tarde de mais. A boca dela vai estar seca e ela vai clamar desesperada por água, e o que vai estar esperando por ela? Uma poça! Ela vai beber toda a cachaça, pensando que é água e vai ficar bêbada. Depois que ela estiver cambaleando, vai tropeçar no palito de dentes e bater a cabeça na pedra e morre. Simples, fácil, rápido.
Depois você tem que pendurar essa formiga pra servir de exemplo pra outras. Se elas insistirem, repita o processo com as demais.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O filho da Lua - Pt. II



Cada osso, tendão e músculo do seu corpo doía. Os olhos lacrimejavam e as narinas ardiam com um odor putrefato, uma mistura de enxofre e de outras excrescências sulfúreas. Todo o lugar estava coberto de uma névoa densa que limitava muito o senso de direção. E que som ensurdecedor era aquele? Parecia choro e ranger de dentes que fazia cada pelo de seu corpo ficar eriçado. Se ele pudesse descrever a situação com uma  palavra, a palavra seria aflição.
Ele caminhava, a muito custo, hora e outra encontrava formas que lembravam o que um dia foram homens, gritando em desespero, chorando, rangendo os dentes. Alguns rasgavam a própria pele, deixando o espectador mais conturbado do que já estava.
E o mais perturbador era a falta de lembranças. Que tipo de lugar era aquele, o que diabos estava fazendo ali? E pior de tudo: Quem era ele?
O coração batia em ritmo acelerado, os globos oculares pareciam bailar um tango portenho de tamanha inquietude, porém não encontravam nenhum traço no horizonte, nenhuma árvore retorcida, nem sequer uma pedra que fosse familiar. Isso era desesperante.
Não sabia onde estava, não lembrava seu nome, mas uma coisa o incomodava muito, uma coisa lhe faltava. Olhou pro céu em busca Dela, mas nada encontrou. A linda Senhora Lua não estava no céu pra abençoar os passos. Ele se pegou sorrindo, pelo menos uma lembrança voltou à mente, lembrara de alguma coisa afinal.
Mas por que essa atração pela Lua? Não sabia explicar. Continuou andando, com as feridas latejando.
Ao longe enxergou uma coisa que trouxe ao menos um pouco de alívio. Viu bem ao longe um ponto de luz, que o atraía. Se arrastava, literalmente, se arrastava até o ponto de luz.
Depois de horas ele chegou ao único local que tinha luz, mas era uma luz pesada, uma luz que queimava. O local iluminado era um salão com uma grande porta, o piso e as paredes eram cobertos de mármore polido escuro, o que contrastava com o ambiente ao redor. Ao fundo jazia um trono, e uma figura sentada o deixou boquiaberto. Era a mulher mais linda que ele já tinha visto em toda sua vida, não se lembrava de ter visto nenhum outra, mas ela era exuberante. Os cabelos dela eram vermelhos como o fogo crepitante, sua pele alva como a neve e suave com a Lua. Seu olhar era a coisa que mais chamava atenção, era profundo como o mais denso dos oceanos e parecia olhar pro mais fundo da alma.
Ela usava um vestido branco cheio de rendas e pedras brancas e parecia voar com o vento, mas nem sequer uma brisa pairava no local.
- O que você está fazendo aqui Luiz? - Disse a senhora de branco. - Aqui não é o seu lugar.
- Quem é você, Luiz é meu nome? É bom saber de alguma coisa de mim mesmo. - Disse Luiz, já não tão conturbado.
- Eu sou Rainha Agnes, a Senhora do Submundo, todas as almas desencarnadas são minha posse.
- Seu rosto me é muito familiar, minha senhora, se é assim que eu devo chamar - Luiz dizia enquanto tentava ajeitar sua postura, e suas feições não negavam a dor.
Agnes, Rainha Agnes olhava pra ele com pesar.
- Eu vejo que seu corpo está martirizado pela descida ao submundo, eu posso aliviar sua dor, mas aqui embaixo tudo é em forma de dualidade. Eu não posso tirar sua dor, sem te dar suas lembranças e não sei se isso vai  ser uma opção muito melhor. - Disse a Rainha
Luiz pensou que qualquer coisa seria melhor que a dor que estava sentindo e tomou sua decisão um pouco cedo demais.
- A senhora vai tirar a minha dor e ainda vai trazer minhas lembranças de novo? Isso é melhor do que eu imaginava, eu aceito a sua proposta. - Luiz pensando ter tomado a melhor decisão no momento.
A Rainha branca fez um movimento com as mãos e aos poucos, tudo parecia se aliviar, o corpo não estava mais tenso e os músculos estavam todos relaxados, mas quando ele achou que tudo estava começando a ficar bem, parecia que um ferro em brasa estava queimando seu cérebro. Milhares de cenas se emaranhavam em sua cabeça.
Ele via um monstro de grande porte, decapitando pessoas com uma única patada, arrancando membros à mordidas. Tudo que se ouvia eram rugidos estrondosos e gritos de medo e dor.
Sempre acabava parecido, um rio de sangue banhando o chão e pedaços humanos jogados depois que o monstro se fartava. A ultima cena foi a mais temorosa. Luiz via uma mulher linda, de cabelos vermelhos correndo do monstro. Correndo em vão, pois o monstro lobisomem pulou por sobre a mulher e virou no ar, caindo em frente dela. O focinho estava grudado no rosto da mulher, e nesta hora Luiz teve um espasmo involuntário, a mulher era Agnes, a Rainha do submundo. A respiração quente do monstro incomodava Agnes e a saliva espessa empapava em seus cabelos. Foi tudo muito breve, com uma única mordida a sua vida foi tomada. Agnes não pertencia mais ao mundo dos vivos. 

Agora Luiz estava de pé, seus olhos ardiam de tantas lágrimas.
Agnes o olhava de um jeito austero e não demonstrava nenhuma emoção.
Luiz queria abraçá-la, beijá-la, mas algo o impedia, não sabia por que, tinha que ficar parado onde estava.
- Eu te disse que poderia não ser uma opção muito melhor. - Disse Agnes, ríspida.
- Como? Eu quero dizer, como tudo isso aconteceu? Como você se tornou rainha desse lugar?
- As coisas acontecem um pouco diferente aqui em baixo, Luiz. O tempo aqui passa muito mais devagar. Eu vaguei como você, vaguei por um tempo que eu não sei quanto foi. As dores no corpo são horríveis, não são? Sem contar a falta de memória! - Luiz viu um sorriso no canto do lábio de Agnes - Mas um dia um homem com túnica escura me acolheu e me disse que ia me fazer ficar melhor, eu simplesmente me deixei levar, não sabia o que fazer.Ele tirou minha dor e me deu minhas memórias de volta, como eu fiz contigo. Ele tentava me consolar, mas era em vão, eu fiquei reclusa por vários dias. Um dia ele falou que você tinha seguido sua vida, encontrado outra e que nunca mais iria te ver. Chorei por vários dias, Luiz. Um dia eu me perguntei que lugar era aquele e quem era aquele homem. Ele me disse que era Hades, e queria me fazer sua esposa nos tempos de primavera enquanto Perséfone estivesse com sua sogra Deméter. Luiz, eu tinha perdido tudo, tinha perdido você. O senhor do submundo me ofereceu uma oferta de recomeço e eu aceitei, mas o que você está fazendo aqui, você não tinha seguido sua vida?
- Eu não iria conseguir viver sem você ao meu lado, meu amor, e quando percebi que você estava morta eu tirei minha própria vida. Agora estou aqui. 
Uma lágrima desceu pela face de Agnes, que percebeu que nunca mais poderia se unir novamente com Luiz. Ela tinha firmado um pacto com Hades e não poderia voltar atrás. Um estrondo se abateu no piso de mármore. Um livro grande e pesado caiu aos pés de Agnes.
- O livro das sentenças. - Disse Agnes.
- O que você é isso? - Perguntou ele.
- As almas quando descem pra cá são levadas à um dos 3 juízes, que indicam o local que a alma deve seguir e julga a sentença, mas eu não entendo por que sua alma veio à mim. Creio que o Lorde Hades quer que eu te julgue.
Ele olhou nos fundos dos olhos de Agnes, apreensivo. Ela abriu com cuidado o livro em branco, e a única página escrita falada da sentença de Luiz.
- Luiz, - Disse ela com pesar nas palavras. - Você carregava em vida a maldição do lobisomem, você era um filho da Lua. Você foi um suicida, mas parece que nenhum dos círculos dos infernos tem espaço pra você. Existem outros desgraçados como você lá em cima, outros amaldiçoados. Alguns carregam maldições que nem eu ouso pronunciar. Você foi fadado a voltar. Sua alma não vai descansar até que você cumpra sua sentença.
- O que você quer dizer? - Perguntou Luiz, aflito.
- Lá em cima existem sugadores de sangue, piores que você. Eles matam por prazer, só pra ver o sangue jorrar. Eles se alimentam com sangue humano e não podem ver a face do Rei Sol. Você vai se tornar um caçador dessas criaturas. Enquanto houver um deles lá em cima, você não vai poder descansar.
O peito de Luiz queimava, e quando ele olhou viu uma marca queimando e formando uma figura.
Agnes, por fim, olhava bem nos olhos de Luiz.

- Como eu te disse aqui em baixo tudo funciona em dualidade.Você recebeu a marca de Cérbero, a marca anula a possessão da Lua sobre você, agora você pode se transformar a sua vontade. Você vai ser um caçador. E sua presa são as Crianças da Noite. 


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sou.


Eu sou um sonâmbulo. Não estou acordado nesse exato momento, pra falar a verdade nunca estive.
Todos os momentos que eu vivi foram apenas alucinações. Essa é uma realidade paralela que eu sou obrigado a conviver. Nos poucos minutos que durmo, estou no meu reino. Sou soberano das minhas ideias. Sou completamente eu. E todas as minhas inspirações são verdadeiras. Lá eu sou de verdade, mesmo mentindo. Aqui não é meu lugar, por isso no meu estado de sonambulismo eu me apego à insanidade. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Fones

Essa foto é pra ajudar a divulgar a campanha "Não curto o mesmo som que você"
Participe, divulgue, apoie essa ideia.
A diversidade é uma coisa linda, mas a individualidade é mais linda ainda.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Entrelinha

Viver sem a Lua é como não sentir mais os pés. Ou seria loucura minha sonhar em ganhar um beijo brilhante? Com todas as minhas inspirações eu continuo tentar passar o que sinto e você é parte disso. Tanto afago faz falta!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Campanha por um mundo melhor III


Sabe-se que funkeiro se acha a melhor coisa já inventada, a última bolacha do pacote, a última coca-cola do deserto, se é que eu posso dizer assim. 
Outro tipo de gente que se acha superior é skinhead. 
A ideia é bem simples. Dessa vez a gente precisa de uma sala bem espaçosa e alguns dispositivos de acionamento de bomba com abertura de porta.
Nós teríamos que juntar essas duas raças ruins e colocar na mesma sala. Feito isso, o resto é por conta deles. é só deixar eles se degladiando até a muerte e depois quando o ultimo que restar de pé, se restar algum, tentar sair... Aí que entra a parte legal... Quando ele(s) tentarem sair, e abrir a porta, o dispositivo se aciona e explode, limpando os resíduos, se é que você me entende. Depois é só repetir o processo em doses homeopáticas!


sábado, 17 de setembro de 2011

Ao pé da letra

Um dos grandes problemas, ou não, de ter uma imaginação fértil é que uma simples palavra já tem o poder de fazer o pensamento fluir e voar pra longe.
Quando eu escuto algumas palavras ou alguma expressão já desencadeia uma série de pensamentos na minha cabeça, por exemplo, eu tava na casa de uma amiga quando a mãe dela fala: "Menina, vem aqui se não eu vou ai sentar a mão sua orelha!" Na hora já me veio na cabeça ela vindo com uma cadeirinha pitititiquinha, colocando na orelha da manceba e deixando a mão sentada lá.
Outra coisa foi: "Fulana tem uma puta casa!" Velho, te juro que imaginei, repito, imaginei uma Casa com uma sainha de prega rodando uma bolsa, andando pelas redondezas de Alpha Ville falando com um dos casarões de lá: "Oi gostosão, qué fazê um pograma? É que eu tô querendo fazer uma cirurgia de aumento de terreno!"
Bem, esses são dois exemplos, se eu ficar falando todas minhas brisas aqui vai durar o dia inteiro!
=]

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

System of a Down



Faz quase 10 anos que eu conheci S.O.A.D. e faz quase 10 anos que eu sonho em ver um show dos caras aqui no Brasil. Parece até frescura de adolescente, mas eu fiquei triste pra caramba quando eles falaram que iam dar uma pausa indeterminada em 2005!
Sabe, os caras mudaram muita coisa que eu penso e muita coisa em minha vida.

Eu praticamente vendi minha alma pra minha irmã em troca de um ingresso pro show. Ela tava me enrolando até esses dias. E apareceu uma oferta xuxu beleza num site de compras coletivas que salvou meu dia, salvou minha vida pra falar a verdade.
Cara, faz tempo que eu não me sinto tão feliz assim, pra falar a verdade eu nem sei por que eu tô falando isso, maaaaaas...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Haicai VII



Livros me prendem,
Histórias me completam.
Contos me marcam.

P.S. Com ajudinha do @act_jeff

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pessoas


O povo fica reclamando que nunca encontra alguém que presta, sempre está rodeado de gente que não presta, mas todo ser humano é relativamente atraído ao sofrimento. Somos como chicletes grudados no chão... Ficamos lá, quietos no chão, até que um dia alguém pisa em você. Ao invés de você se afastar de quem te pisa, você fica mais grudado. Isso é uma baita de uma idiotice, mas todos somos assim.
E parece que o mal é bem mais agradável aos olhos, parece que não olhamos diretamente pras coisas boas.
Não é que nós estamos rodeados por gente que não presta. Simplesmente a gente ignora gente que presta, quando estão perto da gente.

- EXPERIÊNCIA SHALLBURN -
Pegue uma folha com algo escrito e deixe bem próximo dos olhos. É bem provável que você não consiga ler nada. Na vida, funciona da mesma maneira: Quanto mais próximos estamos do que precisamos, mais difícil se torna de enxergá-lo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O filho da Lua


O Rei Sol cravava suas garras poderosas nas costas do filho da Lua que rogava incessantemente pela proteção de sua mãe. Em busca de abrigo ele se movia pela sombras, correndo dos raios solares que o incomodavam. Ansioso e temeroso, ao mesmo tempo, pela chegada da Senhora Lua que o protegia, mas o transformava num monstro que ele abominava.
Ele fugia, sempre fugia. Evitava fazer amigos e relacionamentos, mas dessa vez era diferente, dessa vez tinha Agnes, sua amada. Ele em sã consciência, nunca faria mal à Agnes, mas o ser que tomava posse de ser corpo era incontrolável e a dor que ele trazia era grande demais pra continuar tirando os entes queridos de Luiz, o filho da Lua.
Ele amava a Lua, o seu brilho era hipnotizante, mas quando Ela estava em forma completa, derramava sob Luiz a sua maldição.
As duas amadas, ambas lindas. A Lua o encantava e Agnes era dona de seu coração e por ela ele fugiria mais uma vez. Pra protege-la, mesmo que não ela não se desse conta disso.
Ele iria encontrá-la uma vez mais, pra se despedir. Tocar a sua pele suave, tê-la nos braços por mais um instante e olhar nos olhos dela por um último segundo e dizer que sempre a amará.
Luiz, colheu 9 rosas vermelhas, a flor preferida de Agnes e fez uma décima flor de papel.
Os dois se encontraram, como haviam combinado. Ambos estavam em prantos. Os lábios se tocaram e antes de se despedir e entregou o buquê à Agnes e falou:
-Eu não tenho como medir o tamanho do sentimento que tenho por você, mas pra você ter uma ideia, eu vou te dar essas dez rosas. Meu amor por você vai acabar, quando a última flor morrer.
Ela o abraçou forte, porém uma coisa não esperada estava por acontecer. Luiz, tão ansioso por reencontrá-la uma vez mais, não estava prestando atenção no ciclo da Lua. Após o fim de tarde que eles encontraram, a Senhora Lua mostraria sua face por completo mais uma vez, derramando sua maldição sobre ele.
Luiz, quando se deu conta, tentou fugir, mas o transe já tomava conta de seu corpo. Agnes preocupada com a situação, ficou estática, não conseguia correr, mesmo com as advertências dele.
Já estava tomado, seus ossos já calcificando, tomando uma nova forma. Ele gritava de dor, por sentir sua pele rasgando e seu corpo espichando. O coração batia mais rápido e havia um turbilhão de pensamentos aleatórios em sua mente, sem conseguir controlar o que pensava. Quando sua mente se estabilizou, já não era mais Luiz.
Infelizmente, ele já tinha tomado a sua forma, o Licantropo.
Só tinha um pensamento: CARNE.
Somente isso vinha à cabeça.


O Rei Sol cravava suas garras poderosas nas costas do filho da Lua que rogava incessantemente pela proteção de sua mãe.
Luiz acordara distante de onde lembrava, sua memória parecia um livro em branco, não se recordara de nada. Notou que estava desnudo, suas roupas estavam estraçalhadas, como se tivessem sido moídas. Levantou, com o corpo dolorido e viu que suas mãos estavam ensanguentadas. Quando procurou por algum ferimento em seu corpo, viu que estava todo ensanguentado, mas não tinha ferimento algum.
Como se fosse um estalo, sua memória voltou. Mas ele desejava que não tivesse acontecido. Orava por tudo que conhecia, para que tudo tenha sido um pesadelo.
Procurou, mesmo querendo não achar.
Procurou em todos os lugares.
À alguns metros afastados de onde tinha acordado, ele encontrou um amontoado coberto por terra úmida, e algo que parecia sangue. As lágrimas banharam suas faces, mesmo não tendo certeza do que via.
Quando se achegou, percebeu que era mesmo sua Agnes que estava lá, desfigurada, esquartejada, coberta de sangue, porém continuava bela e pálida como sua outra amada, A Lua.
Ele praguejou com todas as forças, desejando que o destino tivesse sido inverso.
No fim, as lágrimas empapavam em seus olhos e lavavam o seu rosto cheio de sangue.
Ele olhou pra Lua, resmungando algo incompreensível.

Luiz olhou pro corpo inerte de Agnes e cortou a própria garganta. Sua vida não fazia mais sentido.

Talvez ele encontre Agnes do outro lado. Talvez.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tudo bem.

Um monte de gente me perguntou o que satanases é um haicai. Pois bem, prestem atenção, jovens.
Haicai é um estilo de poesia japonesa que tem um formato pré-determinado. A poesia sempre tem 3 versos. E são contados em sílabas poéticas (Só é contada até a sílaba tônica). O primeiro e o terceiro verso sempre tem 5 sílabas e o segundo verso sempre tem 7 sílabas.
Entenderam, crianços?
Tudo bem então, hasta luego.

Haicai VI


Arte é tudo.
Vida, morte e sonhos.
Nós somos arte.

sábado, 3 de setembro de 2011

Ódio


Vamos falar um pouco sobre ódio.
Eu odeio quando o pão cai com a parte da manteiga virada pra baixo. Eu odeio quando alguém fica acelerando as coisas que eu faço. Eu odeio quando as pessoas ficam sapeando o que eu faço no pc. Eu odeio ir na garrafa e ver que não tem mais café. Eu odeio quando eu vou no cinema ver uma adaptação de um livro emocionante e os caras conseguem cagar na história. Eu odeio quando alguém pisa com o pé cheio de barro no meu skate. Eu odeio quando jogam a fumaça do cigarro na minha face.

Isso é ódio.
O que eu sinto por funk, não tem nem palavra definida no dicionário.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Stickers (Terezas)


Stickers, são uma coisa maravilhosa da natureza. É uma forma de street art bem menos agressiva (visualmente) que o pixo, mas não perde em agressividade na forma de expressão.
Essa semana eu fui no centro e é só olhar para as placas que vocês vão ver centenas, talvez milhares, de stickers espalhados por aí. Eu fiquei feliz que eu pude contribuir com a arte do sticker, não tanto quando eu gostaria, mas...
Minhas Terezas estão por aí!
As ruas são nossas!